A busca por um projeto sustentável começou há 22 anos, quando o assunto ainda nem estava em voga. Foi assim que a Holográfica começou em São Cristovão pelas mãos de Antônio Ivo Daflon. Desde o início do projeto, o empresário já queria fazer algo diferente: criar uma gráfica com uso consciente do papel. Duas décadas depois, ele comemora a trajetória de suas iniciativas, que hoje se estendem até ao uso de tintas feitas sem derivados de petróleo.
Com 22 anos de atuação e 14 funcionários, essa pequena gráfica ainda criou um programa voltado para a qualificação de seus empregados. A empresa financia 50% dos cursos de graduação, MBA e inglês e 100% dos de nível técnico do quadro. Dos 14 colaboradores, hoje seis estudam com as bolsas de 50%.
— Quando decidi abrir a gráfica, há 22 anos, queria fazer algo diferente. Por isso, comecei já de forma sustentável. Não queria papel no chão. E, com o passar dos anos, fomos trabalhando dentro desse conceito. Tudo passou a ser reciclado, até o pano que limpa as impressoras. Acompanhamos o processo de reciclagem até a compostagem. Participamos de um projeto piloto da prefeitura do Rio para obter uma licença ambiental, de forma a ter essa comprovação sustentável — conta Daflon, que é ainda vice-presidente do Sindicato da Indústria Gráfica do Município do Rio de Janeiro.
O empresário destaca a participação da Holográfica em outro projeto sustentável. A empresa aceitou participar dos estudos de um fabricante de tinta que decidiu substituir os derivados de petróleo por componentes feitos a partir de vegetais.
— Fomos a cobaia do fabricante. E a diferença é enorme, pois essa mudança no componente da tinta não deixa cheiro pela gráfica. É impressionante. E, claro, temos cuidado também com o uso do papel, que conta com selo internacional por não utilizar mão de obra indígena e escrava. E o mais bacana é que toda a empresa comprou esse conceito de sustentabilidade — conta.
Daflon diz que a sustentabilidade também inclui o apoio à formação educacional de seus funcionários, com o pagamento de parte dos estudos. Outro pilar, destaca ele, é a participação em inúmeros projetos sociais. Daflon cita o Instituto de Assistência Social Casa do Papai Noel, que ele fundou há 41 anos. A instituição apoia, por mês, 110 famílias em situação de vulnerabilidade. Também estão entre as ações, que contam com a participação dos funcionários, a distribuição de cestas básicas, as visitas a asilos e hospitais com distribuição de presentes na época do Natal e a reforma de duas casas ao ano, em comunidades carentes.
— Ajudamos as pessoas que perderam o emprego e estão com a autoestima baixa. Esse trabalho faz diferença para a família. Dentro desse projeto, fazemos a reforma das casas e orientamos pessoas com doenças crônicas.